O investimento nas linhas de
bondes elétricos de Curitiba foi bancado pela empresa anglo-francesa “The
South Brazilian Railway Company Limited”, cujo principal acionista era Edouard Fontaine de Laveleye. Em 12/08/1912 aconteceu a primeira viagem experimental de dois
veículos que partiram da praça Ouvidor Pardinho (local onde estavam sendo
montados) até a estação da estrada de ferro do bairro Portão. O trajeto foi
percorrido em 20 minutos e consta que esta viagem inaugural foi filmada por
Annibal Requião. A South adquiriu de início 29 bondes do fabricante belga Ateliers
Mètalurgiques de Nivelles e a capacidade dos veículos eram de 24
passageiros sentados e 8 em pé. O ponto central das linhas passou a ser a praça
Tiradentes e a inauguração oficial do sistema ocorreu em 07/01/1913.
Em 08/01/1913, o jornal Diário da Tarde publicou a notícia da inauguração onde consta o seguinte trecho:
...”Esse
melhoramento é a mais segura demonstração do nosso progresso, pois, uma empreza
de tal natureza não arriscaria a desenvolver-se em um campo de exploração onde
os resultados não fossem garantidos.”...
Em 2012, a Prefeitura Municipal
de Curitiba, em parceria com os governos estadual e federal concluiu um
anteprojeto de metrô. O investimento é elevado, as obras complexas e a
necessidade discutível. Não há consenso entre os especialistas, o que é normal
para um empreendimento deste porte, porem não deixa de ser preocupante. Discute-se
desde a real necessidade, passando por alternativas mais econômicas (veículos
de superfície) e até o projeto que a Prefeitura idealizou para as atuais
canaletas dos ônibus expressos (seriam transformadas em calçadão). Porem, a
grande diferença entre como foi feito no início do século XX e agora é que no
caso presente o investimento será quase todo público, ou seja, com o dinheiro
do contribuinte. Esta mudança de modelo não nos permite mais assegurar que os
resultados serão garantidos.