Na história do Telefone também há contenda de candidatos aos créditos da
invenção. O cientista e inventor escocês (naturalizado norte americano)
Alexander Graham Bell registrou sua patente no mesmo dia que Elisha Gray
(inventor americano), porem com minutos de antecedência e posteriormente foi
processado pelo inventor italiano Antonio Santi Giuseppe Meucci pela primazia
da invenção. Em 2002 o Congresso Americano deu razão a Meucci, aprovando uma
resolução a seu favor. Bell, entretanto, consolidou não só o equipamento
(Thomas Edison colaborou com Bell nos aperfeiçoamentos necessários) como
investiu em sistemas que deram origem a empresas ainda hoje conceituadas, AT&T e Bell
Telephone Laboratories (Bell Labs).
A patente foi concedida para Bell em 1876.
Morse (telégrafo), Bell (telefone) e Marconi (rádio) marcaram presença muito mais pela capacidade de empreendedores do que propriamente pelas suas próprias contribuições no campo científico. Telégrafo, telefone e rádio são os resultados de mecanismos e teorias desenvolvidas por muitos outros pesquisadores e inventores e eles tiveram a capacidade de juntar as peças e dar uma finalidade útil e de interesse coletivo para os sistemas imaginados por eles. Cada um fez uma aposta e acertaram no resultado, construindo a partir de uma idéia verdadeiros impérios econômicos.
Morse (telégrafo), Bell (telefone) e Marconi (rádio) marcaram presença muito mais pela capacidade de empreendedores do que propriamente pelas suas próprias contribuições no campo científico. Telégrafo, telefone e rádio são os resultados de mecanismos e teorias desenvolvidas por muitos outros pesquisadores e inventores e eles tiveram a capacidade de juntar as peças e dar uma finalidade útil e de interesse coletivo para os sistemas imaginados por eles. Cada um fez uma aposta e acertaram no resultado, construindo a partir de uma idéia verdadeiros impérios econômicos.
Brasil
Em 1876 D.
Pedro II participou da Exposição do Centenário da Independência dos Estados
Unidos na Filadélfia, ocasião que conheceu Graham Bell e testou seu telefone.
No ano seguinte, ordenou a construção de linhas telefônicas entre a Quinta da
Boa Vista e as residências de seus Ministros. O primeiro aparelho foi fabricado
pela WBTC e em 1880 foi criada a Telephone
Company of Brazil (associada a Bell Telephone Company), primeira companhia
telefônica nacional.
D.Pedro II e Graham Bell
Na exposição
industrial na Filadélfia em 1876 o imperador brasileiro D.Pedro II fazia parte
do júri de premiação e Graham Bell participava expondo seu telefone. A
exposição era grande, com muitos estandes e não havia muito tempo para se
conhecer todos os trabalhos ali expostos. Segundo uma das versões, teria D.
Pedro chamado à atenção da comissão julgadora do evento para o estande de Bell,
tendo então o Imperador experimentado pela primeira vez o invento nesta
ocasião, que causou forte impressão nele e nos demais membros da comissão. O
telefone de Bell ganhou o premio principal da feira e D. Pedro providenciou uma
parceria com Bell para introduzir o dispositivo no Brasil.
Entre 1882 e
1883 foram estabelecidos por decretos, regulamentos para as concessões de
linhas telefônicas no país.
Em 1890 foi outorgada concessão para linhas telefônicas
interurbanas entre São Paulo e Rio de Janeiro para a empresa alemã Brasilianische
Elektricitats Gesellschaft. Posteriormente, a empresa canadense Brazilian
Traction Light & Power incorporou a concessionária alemã, e sua
subsidiária brasileira passou a se chamar Companhia Telephonica Brasileira (CTB).
Em 1931,
Getúlio Vargas assinou o Decreto 20.047 que regulamentou a execução dos serviços de radiocomunicações no território
nacional.
As concessões
para a exploração de comunicações telefônicas não seguiam disciplinas rígidas e
eram distribuídas por estados e municípios. Em 1962 a lei 4117 instituiu o
Código Brasileiro de Telecomunicações, atribuindo ao governo federal o controle
da situação. Em 1967 foi criado o Ministério das Comunicações e em 1972 foi
criada a empresa estatal federal Telecomunicações Brasileiras S.A. (Telebrás),
holding que passou a encampar várias empresas com concessão estadual mais a
operadora de longa distância Embratel. Em 1998 o sistema foi privatizado.
Paraná
Foi em
Paranaguá que operou o primeiro telefone no estado, de propriedade particular e
uso comercial, em 1886. Em Curitiba foram instaladas linhas para operarem em
escritórios do governo estadual em 1887.
A primeira
concessão de serviço público de telefonia em Curitiba (8) foi dada a Duarte Moreira Catta Preta em
1891 e a empresa foi depois assumida por Olyntho Bernardi. Serviços públicos de
telefonia foram posteriormente concedidos nos municípios de Ponta Grossa (1908)
e Paranaguá (1911) para esta mesma empresa: Companhia Telefônica do Paraná
(CTP).
Em 1925 a
Prefeitura Municipal de Curitiba adquiriu a CTP e em 1927 vendeu-a para o grupo
alemão AEG (Allgemeine
Elektricitäts-Gesellschaft) que criou a empresa Cia
Telefônica Paranaense. Em 1936 o grupo americano ITT (International
Telephone & Telegraph) adquiriu as ações dos alemães,
passando a deter o controle da empresa. Em 1946 o sistema telefônico paranaense
foi interligado ao de São Paulo através das redes no norte velho (via Ourinhos)
e em 1951 foram fundidas as empresas do Paraná e Rio Grande do Sul, ambas de
propriedade da ITT, formando a Cia Telefônica Nacional (CTN).
A modernização
da telefonia paranaense só foi alcançada em 1958, com a inauguração do sistema
de telefonia automatizado (que dispensava o auxílio das telefonistas para se
completar ligações) no prédio da Travessa Jesuíno Marcondes, em Curitiba.
Porem, União da
Vitória e Rio Negro já contavam com serviço automático desde 1953, pois eram
servidas pela empresa Catarinense (9) e Maringá e Marialva desde 1955, cuja concessão era
da Sociedade Telefônica do Paraná Ltda (STP), empresa privada que detinha
concessões em vários municípios na região noroeste do estado.
No começo da década de 1960 expirou a concessão da CTN
nas cidades de Londrina, Ponta Grossa e Paranaguá, e foram criadas empresas
municipais para atuarem nestes municípios: Sercomtel, CPT e Cotelpa
respectivamente.
Os serviços oferecidos aos assinantes não eram nada
satisfatórios, principalmente nas comunicações interurbanas, mas mesmo os
serviços locais eram considerados de má qualidade. Para melhorar esta situação
que já se arrastava há muito tempo foi criado em
1963 a Cia de Telecomunicações do Paraná – TELEPAR, empresa estatal estadual de
economia mista. Começou atuando nos municípios onde ainda não havia
concessionários, principalmente na região oeste do estado, implementando rotas
telefônicas interurbanas e desenvolvendo planos de expansão e modernização.
Passou também a incorporar as outras concessionárias, como a divisão paranaense
da CTN, que operava na região metropolitana de Curitiba, em 1967 e a STP em
1968.
A Telepar foi
empresa de referência a nível nacional, tendo sido pioneira no Brasil na
implantação de sistemas modernos, como microondas, DDD, fibra ótica, etc.
Em 1975 a
Telepar foi incorporada pelo grupo Telebrás, porem continuou se expandindo,
tendo adquirido a CPT (Ponta Grossa) em 1989 e a Cotelpa (Paranaguá) em 1990.
Em 1998 com a privatização do setor de telefonia, passou a integrar a empresa
Brasil Telecom, mais tarde adquirida pela operadora Oi.
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8-Em 1882 já havia sido expedida uma concessão pelo governo imperial para Curitiba, porem esta concessão não foi exercida.
9-A Cia
Telefônica Catarinense atendia os municípios de fronteira dos estados do Paraná
com Santa Catarina: Porto União (SC)/União da Vitória (PR) e Mafra (SC)/Rio
Negro (PR).